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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Um reflexão sobre a música independente e a pobreza!!

Hoje, minha amiga e produtora cultural Ariela Grubert me mandou um texto com o qual concordo integralmente!
Quem mandou para ela foi Leo Salazar.
Ele consegue decifrar em um belo texto a relação absurda que os ditos "intelectuais" insistem em fazer entre pobreza e indepnendência. 
Por isso resolvi transcrevê-lo aqui:

 "Aqui no Brasil existe um paradigma, uma mentalidade, de que quanto mais precária for a estrutura do músico, tanto mais independente será sua carreira e mais autêntica sua obra.
Esse modelo de trabalho sacrificante é louvado por muitos, não apenas músicos, como também jornalistas e até produtores. É um grande equívoco. Se fosse para ser assim, o patrono dos músicos seria São Francisco de Assis, e não Santa Cecília, que pertencia a uma tradicional família de Roma.
Lembro o caso de Neilton Carvalho, guitarrista do Devotos. Por falta de recursos, ele improvisou sua guitarra com material de sucata. Ele não tinha opção. Me disse, certa vez, que ele gostava, e gosta mesmo, é de instrumentos e equipamentos de boa qualidade. Mas a imprensa e a gravadora BMG, na época do lançamento do primeiro disco, queriam apenas chamar atenção para esse fato pitoresco: “banda pobre da
periferia do Recife”.
Ninguém, nem o pobre, por opção, escolhe a pobreza. Isso é comportamento de jovem e intelectual de classe média, que vê no culto à pobreza uma forma de deleite sociológico.
Como dizia Joãozinho 30, o carnavalesco: 'quem gosta de pobreza é intelectual; pobre gosta de luxo'."

Disse tudo!
É aquela velha história, músico ou banda quando é desconhecida é ótimooo, quando consegue sucesso, aparece em novela, ou programas populares é porque se vendeu!
Haja...

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