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sábado, 23 de abril de 2022

BANDA EXPRESSO RURAL E A DUPLA KLEITON & KLEDIR


Dizem que a música é igual a um perfume: tem o poder de te transportar para momentos marcantes da sua vida. Pois o show desta noite teve o poder de me levar a memórias afetivas da minha vida!

Um set list recheado de sucessos em interpretações lindas.



KLEITON & KLEDIR

Meu primeiro contato com Kleiton e Kledir foi através da obra do grupo que eles tinham na década de 70, Almôndegas. Canção da Meia Noite foi por muito tempo uma das top 10 na minha "playlist". No começo da década de 80, com Almôndegas dissolvida,  os irmãos se lançaram como dupla e aí como não lembrar de sucessos como "Deu Prá Ti", "Festa de São João", "Paixão". Kleiton e Kledir cravaram a marca da, então, nova música gaúcha no cenário nacional.



EXPRESSO RURAL

Já a Expresso Rural tenho uma ligação de admiração pela obra e amizade pelos músicos. Já contei esta história aqui, mas foi com eles que acabei estreando no jornalismo (ainda de forma amadora) quando o "Jornal A Ponte" publicou uma matéria que fiz com mais 3 amigas, uma delas a irmã de Daniel Lucena, Andréa. Acabei me tornando amiga dos integrantes, especialmente do Daniel Lucena por causa da minha amizade com a Andréa.

Daniel é o autor de letras maravilhosas e responsável pelos maiores sucessos da Expresso Rural. Daniel Lucena nos deixou em dezembro de 2020. Um ano após a morte, o livro contando a história da vida dele foi lançado. Felipe Rigon Borba começou a escrever com a colaboração direta do Daniel que chegou a aprovar a versão final. É uma obra que resgata muitos fatos da cultura catarinense através do olhar de Daniel Lucena. Uma bela homenagem. E é bom que se diga que o livro é sobre o Daniel, sua história e visão dele de como tudo aconteceu e não sobre a história da Expresso Rural. Claro que a Expresso está ali, mas com certeza a históri da banda rende outro livro. Digo isso porque ainda tem gente que não entendeu a diferença!

A Expresso seguiu sem ele. Nos últimos anos, Daniel, já estava mais como figurante no palco já que a voz andava bem debilitada. Mas só a presença dele já era suficiente, sempre bem humorado! E ele faz falta!

Atualmente, dos músicos fundadores, apenas Zeca Petry segue na banda. Marcos Ghiorzi já havia deixado a banda, há muito anos, por causa de compromissos particulares. Paulo e Volnei também se afastaram da banda que segue com Ricardo Malagoli na bateria, Jack Moa voz e violão, Robson Dias no baixo e vocais e Luciano Nogueira teclados e vocais. 




No show desta noite o público entendeu como a história da Expresso está entrelaçada com a história de Kleiton e Kledir. Zeca disse que começou a tocar por causa da banda Almôndegas e que ele e Daniel acabaram formando a banda por causa de encontros ao som da música dos gaúchos.

Kledir contou uma história hilária de como surgiu o nome "Almôndegas". Foi em uma noite muito alucinada, no bairro Bom Abrigo, em Floripa. Ele e Gilnei (que também viria a ser integrante da Almôndegas), avistaram uma vaca e entraram numas de fazer uma ópera contando a história da vaca que viraria uma almôndega. E assim surgiu o nome. Eles contando os detalhes foi o momento de risos frouxos na plateia nesta noite!

A verdade é que a dupla acabou conhecendo Zeca Petry em Miami, quando Zeca morou lá. Dali surgiu uma grande amizade e hoje culminou nesse show maravilhoso.

Kleiton & Kledir amam a ilha e fizeram uma música para Florianópolis. Tocaram hoje em primeira mão! Em breve será lançada em parceria com Expresso Rural. (Aliás, vem mais novidades envolvendo a Expresso e um trabalho novo com a assinatura da Orth produções. Aguardem!)

Na noite, houve momentos da dupla, da Expresso e da Almôndegas com a participação do Gilnei no palco. Lindo demais.

O show vai neste sábado para Joinville e domingo para Blumenau.

Super recomendo e espero que eles repitam a dose em Floripa.

Um encontro maravilhoso da música do sul do país. Rio Grande do Sul e Santa Catarina no palco. Artistas que espalharam sucessos e a  boa música por aí. Muitas histórias contadas entre uma música e outra. Um astral maravilhoso.

Parabéns amigos!!!!

Parabéns Eveline Orth, por mais um show espetacular!


quarta-feira, 20 de abril de 2022

Grupo Corpo: Primavera e Gira

Que bela noite para estar VIVA!!!
Reencontrar a arte do Grupo Corpo foi um presente para a alma. Os espetáculos desta cia de dança sempre impulsionam sentimentos: vontade de se jogar na vida, sair rodopiando e deixar só o corpo nos levar!
O Grupo Corpo foi fundado em 1975, por Paulo Perdeneiras, em Belo Horizonte. Estreou com o espetáculo "Maria Maria", com música original assinada por Milton Nascimento, roteiro de Fernando Brant e coreografia do argentino Oscar Araiz. 
Eu Vi o Grupo Corpo, pela primeira vez, em um dos Festivais de Dança de Joinville, na década de 90. Eles já eram uma grande atração nacional. Lembro que quando o espetáculo começou eu logo me apaixonei pela linguagem, pela música, pelo enredo, pelos movimentos. Não dá pra explicar, a gente só sente. Desde lá venho acompanhando o trabalho. Para mim, um dos diferenciais do Grupo é a valorização da música brasileira nos espetáculos. Sim, eles passeiam entre o clássico e o popular e o que mais me toca são os espetáculos com trilhas brasileiras.
Foi o caso da dupla apresentação com Primavera e Gira!


PRIMAVERA

A noite começou com o espetáculo "Primavera" uma oração ao recomeço. A alegria dos figurinos criados por Freusa Zechmeister nos leva de forma certeira a alegria da primavera colorida pelas flores. A fonte musical veio do universo infantil do "Palavra Cantada". Rodrigo Perdeneiras escolheu 14 canções de um repertório de 27 anos de carreira Paulo Tatit e Sandra Peres. Essas 14 canções ganharam versão instrumental. Leveza e alegria, esses foram os sentimentos que vieram nos movimentos alegres, emoldurados por saias coloridas ajudando no desenho dos movimentos no ar. 

O espetáculo "Primavera" nasceu em plena pandemia com todas as restrições impostas. No release do espetáculo, Rodrigo Perdeneiras explica :  “Há somente três pas-de-deux. Só se tocam os bailarinos que são casais, vivem juntos” - Agatha e Lucas, Mariana e Elias, Karen e Rafael. “O restante do espetáculo se desenvolve em duos, trios, quartetos e todos mantêm distância entre si; há somente uma cena com oito bailarinos”. Além dos bailarinos, estão no palco duas câmeras pequenas que projetam em uma tela de tule preto, em tempo real, o movimentos dos bailarinos. O efeito dá ainda mais movimento ao espetáculo.  

O Grupo Corpo foi muito feliz em unir as cores da primavera e a leveza do universo musical infantil. Foi um afago: estamos de volta, reconquistando nossa liberdade de viver e conviver!!! 

P R I M A V E R A 

  • Coreografias Rodrigo Pederneiras 
  • Música Palavra Cantada 
  • Cenografia Paulo Pederneiras 
  • Figurinos Freusa Zechmeister 
  • Iluminação Paulo Pederneiras
  • Gabriel Pederneiras Duração: 36 minutos
Projeto viabilizado pela LEI FEDERAL DE INCENTIVO À CULTURA e pela LEI DE INCENTIVO À CULTURA DE MINAS GERAIS. Patrocínio master: INSTITUTO CULTURAL VALE Patrocínio: ITAÚ, ARCELORMITTAL, CEMIG Patrocínio local: INSTITUTO UNIMED-BH Realização: SECRETARIA ESTADUAL DE CULTURA DE MINAS GERAIS, GOVERNO DE MINAS GERAIS, SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA, MINISTÉRIO DO TURISMO, GOVERNO FEDERAL



GIRA

o nome "Gira" sugere a linguagem da umbanda e candomblé. Mas vai além. O Coreógrafo Rodrigo Perdeneiras se inspirou nos ritos da umbanda, a mais cultuada das religiões nascidas no Brasil, resultado da fusão do candomblé com o catolicismo e o kardecismo. Rodrigo interpreta esse universo com a característica dos movimentos sensoriais aplicada pelos bailarinos. Resultado é um espetáculo forte com 11 temas criados pelo grupo Metá Metá. Entre as vozes presentes nas músicas está a de Elza Soares, impossível não sair da zona de conforto ao ouvir aquela voz incrível sendo embalada por uma coreografia intensa.

O cenário reproduz uma grande caixa e nas laterais e fundo do palco há lugares onde os bailarinos que estão fora de cena se cobrem com um tule preto. o Efeito é forte! Assim como o figurino criado por Freusa Zechmeister: homens e mulheres com dorso nus e uma saia branca. Lindo demais.

GIRA

  • coreografia: Rodrigo Pederneiras 
  • música: Metá Metá 
  • cenografia: Paulo Pederneiras 
  • figurino: Freusa Zechmeister 
  • iluminação: Paulo Pederneiras e Gabriel Pederneiras

Eu amo música e por extensão a dança! O nosso corpo é incrível. O movimento me encanta e ver tudo isso tão bem orquestrado em um só espetáculo dá uma sensação de VIDA! O Grupo Corpo tem uma identidade nos movimentos. Mudam as gerações mas a marca continua a mesma. Os conhecedores de dança identificam a marca da Cia somente pelos movimentos. E um trabalho com identidade tão forte não tem como não ser destaque no mundo!

Parabéns ao Grupo Corpo!

E obrigada Eveline Orth, por resistir em trazer espetáculos tão necessários para Florianópolis! e por me incentivar a voltar a escrever neste bloco! Obrigada minha amiga!