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segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Demônios da garoa no teatro do CIC em Florianópolis!

 

Um show que superou todas as minhas expectativas e olha que já eram muito boas!

Eu ouço falar dos Demônios da Garoa desde que me conheço por gente porque meu pai, que tinha uma voz maravilhosa, cantava pela casa as pérolas como "Saudosa Maloca", "Mariposas", "Samba do Arnesto", "Trem das onze" e por aí vai. Ter a chance de vê-los ao vivo foi um presente a minha história. Mas foi muito mais que isto: foi um presente a história da nossa música, a overdose de sambas executados de forma magistral fez o publico viajar por décadas e décadas de música de qualidade. Que afago aos nossos sentidos!!



A História

Demônios da Garoa  surgiu na década de 40, em São Paulo. Um grupo de samba originário na essência do que é o verdadeiro samba! Foram buscar os maiores compositores como Adoniram Barbosa, Ary Barroso, Ataulfo Alves, Noel Rosa (só para citar alguns) e  se tornaram referência no Brasil. 

Hoje, eles comemoram 79 anos (isso mesmo 79) de uma carreira sem interrupções e por isso estão, desde 1994, no livro Guinness World Records Brazil, como o grupo mais antigo da América Latina.

Quando surgiram, em São Paulo, tinham o nome de "Grupo do Luar". Por iniciativa de um radialista acabaram mudando para "Demônios da Garoa". O fato decisivo para que o grupo se tornasse um dos grandes da nossa música foi o encontro com Adoniram Barbosa. Isso aconteceu em 1949. O Grupo passou a interpretar as composições de Adoniram que acabaram se transformando nos grande sucessos do Demônios e que transformaram o grupo em referência nacional do samba.


O Show

Hoje demônios da garoa é formado por: Canhotinho (o mais antigo), Ricardinho, Sérgio Rosa e Dedé Paraízo. 

Com eles o grupo traz uma banda base de deixar qualquer um de queixo caído: Tapioca no contrabaixo, Marcelo Malta na bateria, Anderson Cardoso na percussão e vocal de apoio e Alex Gonçalves no cavaquinho. O ritmo, os arranjos, a alegria deles no palco, me fez refém no primeiro acorde.

O humor, tão característico nos maiores sucessos do grupo estava lá. teve até contação de piada (e aí não sei o que foi mais engraçado: a piada em  si ou os ataques de riso de Canhotinho que por momentos nem conseguia falar).

Foram duas horas de show sem parar...eles firmes e felizes no palco e uma plateia entregue.

No repertório todos sucessos do grupo que ainda trouxe vários "pout pourris" que viajaram pelas obras de Beth Carvalho, Dorival Caymmi, Clara Nunes além dos poetas que já citei aqui e que fizeram a historia do grupo.

Um dos momentos mais emocionantes para mim foi quando interpretaram "Naquela Mesa", eternizada por Nelson Gonçalves. Não teve como não sentir meu pai ali, cantando também.

São em shows como este que eu agradeço por ter na música uma grande aliada para minhas emoções. Não tem coisa melhor do que se sentir abraçada por músicas que fazem a gente viajar no tempo, matar saudades ou simplesmente que te dão aquela vontade de sair dançando e eu teria levantado já na primeira, mas há que se respeitar a plateia, não é mesmo?

Ainda bem que no final os próprios músicos pediram para que o público levantasse para dançar...que coisa boa!!!

E eles terminaram o show no passinho, sambando e mandando ver! Cada um ali com sua história na música e cada um, um verdadeiro Mestre!


Que presente ao coração.

Dizem que vão gravar o DVD de 80 anos...e que poderiam gravar aqui. Já pensaram? Iria ser lindo demais!

No fim, fui pra fila das fotos, fiz questão de agradecer por tudo aquilo que eu vivi ali. Eles foram uns queridos. Nunca vi um camarim tão organizado para receber fãs, tirar fotos: tapete, tapadeira da banda, um show!



Eveline Orth, obrigada sempre, por trazer espetáculos desse nível para o público de Santa Catarina!

E eu mais uma vez me senti abençoada por estar lá!