Ontem terminei de, praticamente, reler o livro do Nelsom Motta sobre o Tima Maia: "Vale Tudo" (reler porque eu havia começado no fim de 2008 e aí mudança de casa, de fatos acabaram interrompendo a leitura e fui deixando...deixando...até que retomei no fim do ano...aí comecei de novo hehehe).
Eu sou fã do jeito que Nelson Motta escreve e isso já vem de outros livros.
No "Vale Tudo" em especial, ele consegue colocar em palavras o jeitão do Tim Maia quando traduz como ele o chamava "O Nelsomotta"...ou nas expressões usadas por ele: "estratégia", por exemplo, era a palavra que ele usava para avisar a banda que era para sumir dali.
Tim era a contradição em pessoa: doce, humano, justo...mas também inconsequente, irresponsável, violento e delirante.
Até aí tudo bem, todos nós temos nossas contradições, mas com ele tudo era demais...mas muito demais.
Até aí tudo bem, todos nós temos nossas contradições, mas com ele tudo era demais...mas muito demais.
Eu conheci Tim, ou pelo menos o vi pessoalmente, em duas ocasiões: a primeira foi no já distante "Rock in Laguna".
Eu estava trabalhando em um vídeo com a produção do evento.
Ele faria show no sábado. Na madrugada de sexta para sábado o hotel inteiro foi acordado com os berros potentes de Tim chegando alucinado: "Gilbertooooooooooooooooooo...." berrava chamando seu secretário. Me lembro do susto que eu tomei e saí no corredor para ver o que era aquela gritaria quando alguém passou e disse: nada demais é só o Tim Maia chegando doido.
Bom, ânimos acalmados dormi...
O sábado amanheceu com tempo feio e à tarde caiu um temporal na cidade e resolveram transferir os shows para o dia seguinte.
Nós, no restaurante do hotel, acabamos encontrando vários músicos que estavam participando do festival. Entre eles Arthur Maia, da banda Egotrip. E conversando ele falou que queria muito conhecer Tim por causa do mesmo sobrenome etc... lá fomos nós agilizar o encontro; Gilbertoooooooooo....
Falando com Gilberto conseguimos. Fomos convidados a ir até o quarto de Tim. Não esqueço da cena:
Tim e seus amigos (deviam ser os músicos) sentados em meia lua esperando as visitas. Tim com um "baurete" enorme nas mãos . Deu boas vindas mandou a gente sentar...papo vai, papo vem ele fala: GIlberto, pega a camera e filma este momento porque sou obrigado a registrar. Gilberto ligou uma câmera pequena e ele disparou: "isso aqui é a prova que eu vou nos shows mas eles é que não acontecem".
Depois de um tempo voltamos ao restaurante e Tim preferiu ficar no quarto curtindo seu whisky e seu fumo.
No dia seguinte fez um puta show em Laguna.
Na segunda vez foi no planeta atlântida. Em AtLãntida, no RS, eu consegui arrancar umas palavras balbuciadas dele quando ele era literalmente carregado ao palco "O show vai ser massa". Semanas depois em Floripa ele estava muito mal. Foi carregado para o palco de novo e fez o show inteiro reclamando do som etc...etc...brigou com um segurança que pegou um cd que ele havia atirado para o público "ô mermão é prá mocinha ali. depois dou outro prá vc".
Dias depois ele morreu...
Deixou saudades!
Recomendo o livro para quem como eu "ama biografias"!
Agora vou procurar a próxima para eu ler!!!!
3 comentários:
Massa!
Tim sempre rende ótimas e hilariantes histórias.
beijo
1 - Esse Arthur Maia é aquele baixista do demônio que toca e/ou tocava com o Gil?
2 - Quando vais me convidar para beber na tua casa? Madrinhas tem que paparicar afilhados, onde já se viu...
3 - Retorno, retorno.
Respondendo ao afilhado:
1. sim é aquele monstro mesmo...tocou com gilberto Gil, Lulu Santos, Djavan (só citar alguns) e nas bandas Egotrip e Cama de Gato.
2. vamos combinar semana que vem...te comunico...teu livro está aqui para te devolver...hehehe...temos que pensar em como fazer isso virar livro editado kkkkkk
3. beijo afilhado
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