E aí que navegando pela internet semana passada me deparo com uma matéria falando de um grupo de artistas denominado "Procure Saber".
O Grupo reúne músicos como Chico Buarque, Caetano Veloso, Djavan, Roberto Carlos e pasmem: defende a censura prévia a qualquer biografia! Ué, mas não era "proibido proibir" seu Caetano? Qual é o medo? O que está em jogo?
Sinceramente nunca imaginei ver artistas que foram alvos da censura, e por isso mesmo sempre foram as vozes mais fortes contra este ato insano, agora virem a público defender a censura.
Li alguns artigos no O Globo On Line onde Paula Lavigne (coordena a carreira de Caetano e faz parte do Procure Saber) diz que “É mentira que nós estamos querendo censurar ou proibir alguma coisa, nós só
queremos discutir como vamos proteger nossa privacidade”.
Bom, acredito que seja complicado aliar privacidade à vida de artista, mas há quem consiga e com muita elegância. Mas assim, a partir do momento que você é um artista, um formador de opinião deve saber que sim, o público vai saber da sua vida. E qual é o problema?
Como bem disse Nana Caymmi "Se você quer ser artista, sua vida se torna pública."
Eu amo ler biografias...são historias de quem admiro e que me fazem pensar, aprender, crescer ou que simplesmente esclarecem minhas dúvidas e curiosidades. Se algum biografista resolver inventar calúnias basta trazer a verdade à tona. Mas não vamos nivelar pelos medíocres e irresponsáveis, certo?
Acho que muitos lembram que em 2007 Roberto Carlos conseguiu na Justiça que fossem retiradas das livrarias a biografia não autorizada “Roberto Carlos em detalhes”, de Paulo Cesar de Araújo.
Na época, o que se falou é que ele não queria que falassem da perna mecânica dele e muito menos da fase drogas e rock'n'roll. Como se isso fosse desmerecer a obra fantástica que ele tem (principalmente no passado, porque hj a inspiração anda passando longe dele).
Ruy Castro, um grande escritor e autor da biografia de Garrincha disse: “As próximas gerações correm o risco de não conhecerem detalhes da vida e trajetória de importantes personagens da nossa história por conta do receio desses profissionais." E conclui “Podemos ter lacunas porque Roberto Carlos não quer que se fale de sua perna mecânica.”
O Grupo Procure Saber também acha que deveriam pagar uma parte do lucro aos biografados. Hummm, talvez aí chegamos ao ponto: grana! Segundo Alceu Valença aí a discussão já perdeu o foco: "“Falem mal, mas me paguem? É essa a premissa? Nem tudo pode se resumir ao vil metal!”
Enfim, será que eles pagam royaltes às suas inspirações também?
Bom, o fato é que o projeto de lei está na câmara...tomara que se discuta muito e que defendam a democracia. Os biografados incomodados que procurem a justiça.
O assunto é denso, tem várias vertentes. Eu defendo a liberdade de expressão.
Vamos ver onde tudo isso vai acabar!
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