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domingo, 5 de junho de 2022

TITÃS 40 ANOS


O show começa com "Sonifera Ilha" e assim que a música termina Sérgio Brito explica: "Hoje nós estamos aqui desfalcados. Branco Mello vocês sabem, não está podendo estar presente aos shows (ele está afastado para cuidar da saúde) e Beto Lee descobriu que está com Covid dias antes da nossa viagem aqui pro sul". Tony Belloto completa: "então esse é o show da superação e vamos contar com vocês." Pronto, a noite estava ganha. Um contrato direto com público que lotou o CIC e estava muito a fim de ver aquele show.

E vou dizer: o público que esteve lá foi um show à parte. Foi lindo de ver o calor humano, as reações, a pegada junto com esses caras que são grandes da nossa música.   


Eu fui de coração aberto, sem grandes expectativas e me surpreendi. Foi um baita show!

Repertório muito bem escolhido passando por grandes sucessos e por obras que não ganharam tanta popularidade, mas que são maravilhosas como a ópera "Doze Flores Amarelas".

Um show como este, tem um tempero especial: a memória afetiva. Para quem viveu a efervescência da música nacional nos anos 80, 90 não tem como não ter feito uma viagem ao tempo durante o show. 


Titãs explodiu com Sonífera Ilha e depois foi um sucesso atrás do outro. Mesmo com uma receita na mão que estava dando certo, não se acomodaram. Quando poderiam ter repetido a fórmula eles chutaram os móveis da sala e chegaram com "Cabeça Dinossauro"! Que disco minha gente. Lembro até hoje do dia em que sai da loja com a bolacha nas mãos e a ouvi pela primeira vez. Um trabalho inquietante que quanto mais eu ouvia, mais amava. Pra mim um dos melhores da banda pela proposta, letras e ativismo sem cair no lugar comum. Tanto que as músicas estão atuais até hoje, o que nos mostra que o país mudou muito pouco de lá pra cá.


Quando surgiu, em 1982, a banda tinha um número de integrantes incomum: chegou a ter 9, mas na formação mais clássica já eram 8: Arnaldo Antunes, Branco Mello, Sérgio Britto, Nando reis, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Tony Belloto e Charles Gavin. Outros dois nomes chegaram a fazer parte da banda no começo da história: Ciro Pessoa e André Jung. 

Com o crescimento da banda e a experiência de estrada e de vida, os integrantes foram se desenvolvendo e os talentos cada vez mais crescendo. Se tornaram, realmente, um grupo de Titãs da nossa música brasileira. Tanto que a banda começou a ficar pequena para tanta ideia, tanta criatividade e aos poucos boa parte dos integrantes foi saindo. Resolveram investirem em suas carreiras solos.

Que bom que Branco, Sergio e Tony não deixaram essa história ficar no passado.


O show deu recados muito importantes: preconceitos, violência contra a mulher e outros temas políticos importantíssimos. Tudo regado ao apoio incondicional de um público ilhéu que ama Titãs. 

E não é à toa: Titãs tem uma bela história com a ilha. Pimeiro porque os manezinhos se apossaram de "Sonifera Ilha" como sendo uma música para a Ilha da Magia e também porque foi aqui que a banda gravou um dos DVDs mais lindos: "Titãs "MTV, ao vivo" no Forte São José da Ponta Grossa, em Jurerê, isso em 2005. Na época, tive a oportunidade de acompanhar dos bastidores e foi lindo demais.

Hoje, saí de lá, com o coração aquecido e com a memória em dia. Lembrar tantos sucessos e tantas músicas lindas fez bem pra alma!!! Parabéns meninos: nunca deixem esta história morrer.

Eveline Orth, obrigada pela recepção sempre!!! Linete Martins, obrigada pela atenção, carinho!!! Vocês contribuem muito para o enriquecimento cultural da ilha"

Até o próximo.


 


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