Estamos vivendo a semana do Rock em Florianópolis. E o
grande mérito dessa iniciativa do Geraldo Borges e da galera do Clube é dedicar tempo
a falar sobre nossa arte, nossa produção, mercado e público.
Temos que
aprender a valorizar, a prestigiar, a dar luz a nossa música. Mas o que é bom vive e sobrevive.
O que eu sempre
digo e defendo é que quando a obra é boa ela se espalha, vira notícia e ganha
público. Não é de um dia para o outro. Não é na primeira música, não é
repetindo modelos já batidos.
Um exemplo disso é a obra da Banda Dazaranha.
Há uma marca
ali.
Eu tive a honra de participar da noite de abertura
justamente relembrando o primeiro CD do Daza o “Seja Bem Vindo”. Além dos
nossos queridos “aracnídeos”, estavam o Rodrigo Mota, escritor e historiador e
Murilo Valente, o produtor do primeiro CD. Foi uma noite histórica onde os
meninos contaram como começou a banda e todos os perrengues até chegarem às
mãos do Murilo Valente para a gravação do primeiro CD.
Desde o encontro de Adauto com Fernando na sacristia de uma
igreja até a decisão de todos de trancar faculdades, sair dos empregos e se
dedicar exclusivamente para a Banda. E tivemos momentos de muitas
risadas. O desafio do Murilo de conviver por meses com aqueles meninos que não
entendiam muita coisa de estúdio e tentar dar um rumo a toda a loucura daquelas
músicas. Moriel explicando as letras e tudo é inspiração: a procissão da barra
da lagoa, a lua e seu efeito prata...tudo com a referência do nosso habitat,
nossa ilha, nosso jeito de viver.
Eu contei como conheci a banda. E foi por acaso. Eu e a
Maria Rosa, fomos ao Kasbah, um bar que ficava no alto do morro que vai para a
praia mole, ver outra banda. Chegamos lá soubemos que tinha apresentação de outras bandas antes. Uma delas era a Dazaranha. Quando começou a música a
gente já se arrepiou...era incrível aquele violino, aquelas letras, um som
completamente diferente e pra arrematar Gerry e Moriel jogando capoeira...
viramos fãs. Terminou o show e fomos falar com eles, claro, pra saber mais da
banda. Na época eu era repórter do Jornal do Almoço e a Maria Rosa, produtora.
Passamos a ir nos shows, levamos eles para apresentações nos Jornais do Almoço que fazíamos ao vivo nas praças,
em Floripa. Tocaram em um JA na cabeceira da ponte Hercílio Luz e também no JA da lagoa da conceição. Viramos fãs e amigas até hoje.
Ouvindo tudo aquilo ali, durante a conversa na Célula, tive a certeza de que a banda vingou
porque a arte deles vem da alma. Toda vez que pintava uma pergunta do tipo: por
que vocês fizeram aquela pegada? Por que aquela letra? Por que aquele baixo? A
resposta era uma só: porque a gente simplesmente queria fazer daquele jeito. Ou
seja, é assim...sem explicação teórica ou mercadológica rsrsrsrs
Ganharam espaço em uma época em que o “cover” começava a
tomar conta dos bares de Floripa. Conquistaram um público que segue, prestigia,
admira até hoje. Onde tem show do Daza é lotação garantida.
Foi uma aula... foi uma noite especial.
Saudades daquela época. Mas é muito bom saber que eles estão
aí, que os shows continuam com a mesma energia e que a gente pode ter orgulho
de dizer que são ouro da nossa casa!
E fique ligado que a semana do Rock ainda tem muita
programação legal. Vai lá na página do face e veja o calendário das atrações.
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