Uma declaração de amor sonora e com aquele calor físico que arrepia até a nuca!
Foi assim o reencontro da banda Dazaranha com seu público após a uma mudança que, como toda mudança, traz perdas, renovação, conquistas e amadurecimento!
"Por onde sair, por onde chegar
O ingresso é ser você mesmo
Vai lá, seja você mesmo"
Antes do show certamente havia um nervosismo no camarim, afinal, a mudança da qual estamos falando é a ausência de Gazu: a voz marcante do Daza, a presença de palco forte nesses mais de 20 anos de banda. Puxar a responsabilidade prá cada um deles, saber se vão dar conta, encarar críticas... é quase um começar de novo e claro que dá medo, ô se dá!
"Raiz que brotar aqui na vila faço chá
aliviando a garganta
Hoje vou cantar coisas da vida"
Mas todo esse liquidificador de sentimentos na velocidade máxima desapareceu nos primeiros acordes de "Com ou Sem". Foi como se aquele John Bull lotado desse um abraço coletivo nos meninos: esse público é de vocês do jeito que for!
Eu, como sempre, grudada no palco vi a emoção no olhar. A apreensão se transformar em leveza, gratidão. A expressão que dizia tudo "caralho...isso aqui é nosso". E é mesmo...vcs fazem parte da historia de muita gente. E eu sempre digo: a energia de um show do Daza é inexplicável.
Nessa nova turnê 2016, o grupo trouxe de volta músicas que tinham sido tiradas do repertório como "Fé menina", "Prá Ficar" e ainda recuperaram músicas antigas como "Mário César" , "Mamica", "Retroprojetor". Arranjos novos com aquele tempero Dazaranha. Chico e Moriel assumiram os vocais e mandaram muito bem. Isso acredito que não tenha sido surpresa prá ninguém que acompanha o Daza porque os dois tem suas carreiras solos e comandam o palco com muita eficiência!!! Os dois juntos trocaram figurinhas muito bem e sempre acompanhados pela voz das centenas de pessoas que lotaram o John Bull.
A música "Preto Vermelho" encerra o show e nunca esteve tão atual, né? "Esse é o país da sacanagem, é o país da putaria"...eita Brasil
Na volta para o Bis a banda chega com versões acústicas para oito músicas. Abrem com "Cama Brasileira" (uma das minhas preferidas dessa turminha), seguida de "Dizem que só", "Vem menino", "Cacumbi" (amo), "Durma Bem", "Padre", "Chevrolet" e "Equilíbrio"(lindaaa).
Depois desse respiram, as guitarras voltam e o show acaba com "Vagabundo Confesso".
Céu que se apaga, se fecha, que assusta
Pode ser seu céu!
Céu que brilha lindo, sem nuvem, sem chuvas
Pode ser seu céu!
Quando o sol se fecha não corra, não fuja
Pode ser seu céu... pode ser seu!
Para quem estava esperando alguma manifestação sobre tudo que aconteceu e que acabou na saída de Gazu, Moriel foi mais uma vez mestre: ele explicou que quando estavam definindo o repertório do show apareceu a dúvida de colocar ou não a música "Ditados", uma música emblemática na voz de Gazu. A decisão foi colocá-la e assim a banda faria a justa homenagem a Gazu que sempre vai ser parte da banda e a quem todos tem o respeito pelo trabalho feito desde o começo da Dazaranha. Reconhecimento feito por todos no palco. O público? bem, mais uma vez deu show...cantou com toda a força junto com a banda em homenagem ao Gazu!
E é esse o recado que fica: respeito!
Cada um deles sabe a dor de uma mudança dessas, cada um sabe e tem seus motivos e todos devem ser respeitados.
Eu sou fã das mudanças. Por mais dor que nos tragam no momento do furacão, tem sempre a brisa da calmaria de um recomeço que chega depois. E sempre vem pra melhorar, para todos os lados.
Nada é por acaso, nada é definitivo, mas tudo tem que ser vivido da melhor forma.
A banda Dazaranha começa o ano com o respiro de um recomeço, assim como Gazu que está em sua carreira solo e também, certamente, está reenergizado!
Sucesso aos dois lados que são um só: o da música!!!
"Só o amor
Conhece o caminho
Entre você e seus sonhos
Só o amor"
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