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domingo, 2 de novembro de 2014

Tim Maia - Um longa do tamanho desse gênio!




Desde que anunciaram a realização desse filme eu estava ansiosa pra ver. Amo a música desse cara.
Já havia lido o livro do Nelson Motta, "Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia", sobre a vida dele.
Hoje fui ao cinema...e amei o que ví.

Claro que o filme deixa alguns detalhes de lado que o livro conta. E nem poderia ser diferente: a vida de Sebastião Maia é uma extensa lista de acontecimentos temperados com um gênio forte e sua teoria do "foda-se".
Mas o que o filme se propõe a mostrar o faz muito bem.
A infância, adolescência, a descoberta da música e de seu talento.
Tim Maia não viu as coisas acontecerem para ele com a mesma rapidez que pareciam acontecer para seu amigo Roberto Carlos. Acabou decidindo que seu futuro estava nos Estados Unidos, terra da soul music. Se mandou pra lá e viu que lá também não era fácil conseguir espaço.
Quando voltou ao Brasil já encontrou seu amigo Roberto Carlos na condição de estrela. E Roberto não deu lá muita bola pro amigo de longa data. Mas acabou gravando uma música dele o que  projetou Tim para a fama.
Daí pra frente altos e baixos em uma carreira de sucesso somente limitada pelo humor e forma peculiar de Tim Maia tratar as pessoas e os negócios.
Tim era um gênio e, como todo gênio, muito maior do que o espaço que ele ocupava. Por essa falta de espaço tinha seu lado confuso e esse lado era muito bem conhecido por quem convivia ou contratava um show dele.
Tinha um coração enorme e não aceitava injustiça. Foi muitas vezes enganado e muitas vezes ele deixou muita gente na mão.
O filme ainda mostra a fase em que ele se tornou discípulo de uma filosofia que "preparava" as pessoas para o contato com seres de outro planeta. Foi uma época em que abandonou bebida, cigarro e outras drogas e fez dois discos "Tim Maia Racional". Na época, os discos não foram lançados pela gravadora e hoje, por ironia do destino, lançados, são considerados pérolas!!!

O destaque do filme, sem duvida, é pela atuação dos dois atores que interpretam Tim Maia: Babu Santana ( Tim mais velho).


E  Róbson Nunes ( o Tim Mais novo).


E também pela qualidade sonora. Músicas muito bem executadas.
Dá vontade de sair do cinema e cair numa festa com trilha sonora somente de Tim Maia.

Eu fui a dois shows desse monstro e pude conhecê-lo em um deles. Foi no "Rock in Laguna", isso lá no final da década de 80. Fui para o festival a convite do produtor do evento, meu amigo, Silvio Ferreira, o Bola.  Um dia antes do show de Tim fomos acordados de madrugada com a chegada de Tim Maia ao hotel, berrando o nome do empresário dele. Chegou louco porque para viajar de avião ele bebia muito, fumava, cheirava. Só assim para subir no pássaro de ferro. Depois da chegada alucinada dele todos voltaram a dormir.
E no dia seguinte, um domingo, dia do show, caiu uma chuva absurda em Laguna e os shows foram transferidos para a segunda feira. Nós fomos para o bar do hotel onde os músicos de várias bandas resolveram fazer uma "jam", entre eles estava o baixista da banda EgoTrip, Arthur Maia. Ele comentou que não conhecia Tim Maia e que gostaria de conversar com ele. Afinal, os dois tinham o mesmo sobrenome.  Como Tim não havia descido ao restaurante acabamos indo ao quarto do Tim, onde ele e a banda estavam confraternizando. Chegamos lá e estava Tim, sentado, fumando um "baurets". Nos recebeu super bem, fumando, bebendo e falando sem parar. Tinha um rapaz da equipe dele filmando tudo e ele falava: "filma aqui...ó...todo mundo aqui nesse quarto é testemunha. Eu tô aqui e o show foi cancelado e não foi culpa minha". E dava gargalhada.
Depois encontrei ele de novo no Planeta Atlântida do Rio Grande do Sul em 1998. Fui pra lá para fazer matérias e mostrar em SC como era o festival que estava chegando ao nosso Estado. E um dos shows de lá que aconteceria aqui também era do Tim Maia. Queríamos entrevista-lo, mas a produção local disse que não seria possível. Tentamos direto com o empresário dele que também nos disse que ele não falaria. Mas, eu estava com a produtora Maria Rosa de Souza, um trator na produção e para ela não tinha batalha perdida. Combinamos que quando ele saísse do camarim em direção ao palco iriamos tentar e assim foi...ela abriu caminho e eu e o cinegrafista chegamos perto....mas foi um empurra empurra enorme só deu pra perguntar "e aí Tim, o que vc preparou para o show?" e ele respondeu balbuciando: "tá tudo pronto e vai ser foda". Semanas depois ele fez um show inesquecível no Planeta em SC. Reclamou o show inteiro do som, dos graves etc...mas foi maravilhoso. No mês seguinte Tim Maia morreu.
O show no Planeta Atlântida de Santa Catarina, foi o ultimo show inteiro que ele fez.
Me emocionei no filme...é tanto talento, tanta musicalidade que ele não conseguia ser uma pessoa normal mesmo!
Para a ultima cena do filme, o show onde Tim passa mal, a produção do filme conseguiu reunir vários músicos que estavam com ele no Teatro Municipal de Niterói.  Uma "bandaça". Ô tristeza....
A direção do filme é de Mauro Lima (“Meu nome não é Johnny”) e a produção é de Rodrigo Teixeira (“O cheiro do ralo”).

Se você curte música vale a pena ir ao cinema...é lindo!
Deixo aqui o trailer...

 
 

2 comentários:

Unknown disse...

Que Maravilha de resenha! Sim realmente Que filme!! Sensacional, em biografia o Brasil se sobre salta muito bem, apesar de sair um pouco mal em alguns gêneros, deixaram a desejar em FAROESTE CABOCLO e vieram com TUDO em TIM MAIA e que assim continue, Brasil Rumo ao Progresso em filmes Nacionais rsrs Amei seu blog, amei sua postagem.
#Bjoo

By Star ;)

TEDLB disse...

Espero que a vida não acabe por aqui, que quando morrermos exista algo que nos ligue. Tantas amizades, ou até mesmo, pessoas que não são nossos amigos (as), porém gostamos de conversar, falar sobre coisas aleatórias, discutir e até mesmo brigar, tantas coisas para descobrir e tanto do mundo para se conhecer, variadas tecnologia que há de vir (falo de tecnologia, pois gosto muito e acredito que ela evolua bastante, pois cada vez mais o ser humano está dependente dela), é difícil pensar em realizar todos nossos sonhos, quando se vive no máximo 100 anos, isso se sobrevivermos até lá, podemos morrer a qualquer momento, seja por um problema de saúde, seja por um descuido ou por um erro. Pessoalmente meus sonhos seriam ser: bem sucedido, formar em engenharia da computação, ser famoso, poliglota, lutador de muay thay, como hobbies: ser desenhista (desenhava quando criança e por sinal muito bem), fotógrafo, tocar violão nas horas vagas, além de conhecer o mundo. Sonhar com a vida perfeita antes de dormir é muito bom, imagina se um dia tudo o que quiséssemos fosse alcançado?! Por isso aguardo uma vida após essa, para que possamos continuar a vida. Enquanto não descobrimos se há, vamos VIVER, como li um dia na internet: “Viver não significa estar vivo”.
Autor:
Trocar Experiências De Longa Busca
(A frase acima não é para faze sentido, são apenas minhas iniciais).
18 anos, Brasil.