Uma noite inesquecível!
quarta-feira, 30 de novembro de 2022
A peça "Os Sonhos Não Envelhecem" - no Teatro Liberdade em SP
sexta-feira, 14 de outubro de 2022
Um fim de semana histórico para a música em Florianópolis!
Um fim de semana para respirar arte em Florianópolis!
Foi lindo, foi incrível. Vários eventos lotados. A música em ritmos diferentes, em vários pontos da ilha!!!
30 ANOS DAZARANHA
Esse show vem sendo planejado há pelo menos 6 meses. O local, o palco, os recursos visuais. A data merecia:30 anos de uma banda que construiu todo seu trabalho a partir de Florianópolis e suas inspirações.
De um repertório de uma centena de músicas eles colocaram no palco todas as fases da banda que ainda mantém seu estúdio dentro de uma caixa d'agua e isso é muito simbólico: Dazaranha sempre manteve a humildade e o espírito que os uniu lá no começo, por isso nunca se desviou de sua essência e de sua arte.
Eu os conheci ainda nos primeiros shows onde tudo ainda era um sonho, um início sem muitas promessas. Mas a energia Dazaranha fez esse sonho virar realidade e hoje completam três décadas com uma agenda cheia de shows, trabalho novo gravado no "Midas Music" de Rick Bonadio e muita lenha pra queimar.
O show teve queima de fogos e um recado sábio de Moriel Costa sobre intolerância e respeito ao próximo. Há poucas semanas a banda acabou sendo alvo de ataques por quem não aceita a diversidade de opiniões. Depois disso vieram as "fake news" sobre cancelamentos de dezenas de shows o que de fato não aconteceu. Um show foi cancelado e um dos patrocinadores do eventos de 30 anos cancelou a participação. Porém, a banda segue ganhando seguidores nas redes sociais e com a agenda lotada. As palavras de Moriel acabaram gerando uma onda de abraços no público.
O Show, em si, foi um abraço da banda a esta cidade e a banda recebeu de volta uma dose enorme de amor. Esse amor que eles colocam em cada música, em horas e horas de ensaio para entregar o melhor para o público! Foi lindo, foi emocionante e teve "Cama Brasileira" que me fez chorar pelo dia, por tanta coisa que vem acontecendo. Prá mim, um momento de descarrego e de "reenergização". Obrigada meus amigos!!!!
ORQUESTRA DE BATERIAS
A Nona edição da orquestra de baterias aconteceu no dia seguinte aos 30 anos do Daza. Mais um evento gratuito, no centro da cidade. E fez um dia lindo de sol.
É impressionante o astral deste evento. Já foi realizado até embaixo de chuva. Alexei Leão, Richard Bondam, Ginho Bernardes e o Instituto Maratona Cultural estão de parabénssss!!!!
Eu sou apaixonada por bateria, meu instrumento preferido e ver centenas dela juntas acelera os batimentos cardíacos.
Mais bonito ainda é ver a quantidade de crianças e jovens tocando ali. A música é incrível.
No set list sucessos mundiais e locais e nesta edição teve a participação da banda Tijuquera, coisa mais linda e do coral Vozes de Santa Catarina. Foi de arrepiar. Como me disse Heitor Lins "chegou com a ideia a gente aceita e depois se vira pra fazer". Talvez este seja o segredo do sucesso: não se acomodar com o sucesso e sempre buscar surpreender.
Eu circulei pela orquestra e olha, vontade de aprender a tocar, que coisa mágica! Encontrei muitos amigos e bateristas que admiro muito e todos numa "vibe" que só a música pode criar.
FIM DO DIA AINDA TEVE MAIS
Saímos da orquestra e fomos para a Feira de Cascaes que aconteceu este fim de semana também.
Luiz Meira levou o baile do Meira para a praça. Teve solos viajantes, improvisos e muita música pra dançar. E a praça virou um salão de baile ao ar livre. Um vento sul que doía, mas a música fez as pessoas ficarem ali.
Depois do show do Meira, entrou a Tijuquera. Uma "quebraceira" na percussão com Alexandre Damaria e André FM e ainda a bateria de Victor Bub. Que saudade que eu estava dessa "cozinha" poderosa! A banda ainda está com Marcinho no baixo, Luciano Bilu na guitarra, Mauricio Peixoto na guitarra e voz (amo a voz desse meu amigo) e Ammora na voz. Como canta esta mulher! Terminamos o dia confraternizando com os artista e com uma conclusão unânime: temos que ter mais dias assim. A cultura tem que estar nas ruas para depois encher teatros. A gente só valoriza o que conhece. Torço para que a gente saiba eleger, cada vez mais, representantes comprometidos com a cultura. Não há espírito crítico sem cultura, não há desenvolvimento de identidade sem cultura!!! Bora ficar espertos turminha!
E termino esse meu relato fazendo um agradecimento especial ao Heitor Lins e a Paula Borges Lins: dois irmãos que levam a Harmonia Arte e Entretenimento com muito amor e batalhas. Eles são incansáveis na defesa e promoção da nossa arte. Valorizam o teatro, a dança, a música autorais. Criaram eventos como a Maratona Cultural, a Orquestra de Baterias. São responsáveis pela agenda cultural de vários lugares da grande Florianópolis e pela agenda de Bandas e grupos de teatro. A batalha nos bastidores não é fácil, nem todos eventos se pagam, porém, a qualidade sempre é maravilhosa, com uma estrutura eficiente.
Parabéns meus amigos! Tenho muito orgulho de vocês: da energia pra fazer e do respeito que vocês tem pela nossa arte. Como falei no domingo: vocês podem ter certeza: quando forem falar das manifestações culturais da nossa cidade nos anos 2000, o nome de vocês vai estar lá pra contar a história! Obrigada!!!
segunda-feira, 26 de setembro de 2022
Demônios da garoa no teatro do CIC em Florianópolis!
Um show que superou todas as minhas expectativas e olha que já eram muito boas!
Eu ouço falar dos Demônios da Garoa desde que me conheço por gente porque meu pai, que tinha uma voz maravilhosa, cantava pela casa as pérolas como "Saudosa Maloca", "Mariposas", "Samba do Arnesto", "Trem das onze" e por aí vai. Ter a chance de vê-los ao vivo foi um presente a minha história. Mas foi muito mais que isto: foi um presente a história da nossa música, a overdose de sambas executados de forma magistral fez o publico viajar por décadas e décadas de música de qualidade. Que afago aos nossos sentidos!!
A História
Demônios da Garoa surgiu na década de 40, em São Paulo. Um grupo de samba originário na essência do que é o verdadeiro samba! Foram buscar os maiores compositores como Adoniram Barbosa, Ary Barroso, Ataulfo Alves, Noel Rosa (só para citar alguns) e se tornaram referência no Brasil.
Hoje, eles comemoram 79 anos (isso mesmo 79) de uma carreira sem interrupções e por isso estão, desde 1994, no livro Guinness World Records Brazil, como o grupo mais antigo da América Latina.
Quando surgiram, em São Paulo, tinham o nome de "Grupo do Luar". Por iniciativa de um radialista acabaram mudando para "Demônios da Garoa". O fato decisivo para que o grupo se tornasse um dos grandes da nossa música foi o encontro com Adoniram Barbosa. Isso aconteceu em 1949. O Grupo passou a interpretar as composições de Adoniram que acabaram se transformando nos grande sucessos do Demônios e que transformaram o grupo em referência nacional do samba.
Hoje demônios da garoa é formado por: Canhotinho (o mais antigo), Ricardinho, Sérgio Rosa e Dedé Paraízo.
Com eles o grupo traz uma banda base de deixar qualquer um de queixo caído: Tapioca no contrabaixo, Marcelo Malta na bateria, Anderson Cardoso na percussão e vocal de apoio e Alex Gonçalves no cavaquinho. O ritmo, os arranjos, a alegria deles no palco, me fez refém no primeiro acorde.
O humor, tão característico nos maiores sucessos do grupo estava lá. teve até contação de piada (e aí não sei o que foi mais engraçado: a piada em si ou os ataques de riso de Canhotinho que por momentos nem conseguia falar).
Foram duas horas de show sem parar...eles firmes e felizes no palco e uma plateia entregue.
No repertório todos sucessos do grupo que ainda trouxe vários "pout pourris" que viajaram pelas obras de Beth Carvalho, Dorival Caymmi, Clara Nunes além dos poetas que já citei aqui e que fizeram a historia do grupo.
Um dos momentos mais emocionantes para mim foi quando interpretaram "Naquela Mesa", eternizada por Nelson Gonçalves. Não teve como não sentir meu pai ali, cantando também.
São em shows como este que eu agradeço por ter na música uma grande aliada para minhas emoções. Não tem coisa melhor do que se sentir abraçada por músicas que fazem a gente viajar no tempo, matar saudades ou simplesmente que te dão aquela vontade de sair dançando e eu teria levantado já na primeira, mas há que se respeitar a plateia, não é mesmo?
Ainda bem que no final os próprios músicos pediram para que o público levantasse para dançar...que coisa boa!!!
E eles terminaram o show no passinho, sambando e mandando ver! Cada um ali com sua história na música e cada um, um verdadeiro Mestre!
Dizem que vão gravar o DVD de 80 anos...e que poderiam gravar aqui. Já pensaram? Iria ser lindo demais!
No fim, fui pra fila das fotos, fiz questão de agradecer por tudo aquilo que eu vivi ali. Eles foram uns queridos. Nunca vi um camarim tão organizado para receber fãs, tirar fotos: tapete, tapadeira da banda, um show!
Eveline Orth, obrigada sempre, por trazer espetáculos desse nível para o público de Santa Catarina!
E eu mais uma vez me senti abençoada por estar lá!
sexta-feira, 26 de agosto de 2022
MAITÊ PROENÇA E "O PIOR DE MIM"
Entrega!
Essa é a palavra que define a peça "O Pior de Mim" de autoria de Maitê Proença com direção de Rodrigo Portella.
O monólogo traz para o público a história de vida da atriz. Seus lados não tão bonitos, porém, que formaram a mulher que ela é hoje.
Eu fui a peça sem ler nada antes e por momentos pensei: mas, essa é a história dela? Sim, é!!! E contada em forma de uma deliciosa conversa com o público. Me senti ouvindo uma amiga e me identificando com vários dilemas, traumas, questões. É reveladora!
No palco poucos móveis, uma bacia com água, uma cortina branca transparente e uma câmera que a acompanha o tempo todo projetando a imagem na cortina. Um efeito que, por vezes, passa a exata noção da confusão mental e física passada por ela em momentos difíceis de uma vida cheia de acidentes, incidentes e de uma família complicada.
A verdade da peça atinge em cheio o público atento graças a uma cumplicidade que Maitê conquista quando entra no palco, se alonga, conversa com o público antes de entrar no texto da peça.
Em algumas entrevistas, em que Maitê já falou sobre a peça, ela fala que escreveu sem se preocupar com a forma, com os enlaces. Simplesmente colocou pra fora uma vida inteira de forma direta.
E por que ela conquista o público? Porque todos nós temos nossos monstros, nossos acidentes e incidentes e muitas vezes passamos batido. A coragem de olhar para o nosso lado pior vem com o tempo, sem dúvidas, e eu duvido que tenha tido uma só pessoa que tenha passado ilesa nessa peça. Ela fala de uma mulher que, assim como muitas de nós, não se permitia sofrer, que fazia de tudo para ser aceita e que, em muitos momentos, não foi acolhida na família. Carências que reverberaram na vida adulta. Para vencer os traumas ela passou por drogas, amores, terapias, experiências na Índia.
Conseguiu olhar pra ela e, finalmente, enfrentar seus dilemas olhando para eles e buscando a cura. Ninguém está 100% curado nesta vida, mas a cura aqui vem com a coragem de olhar, compreender (o que pra ela é se colocar no lugar o outro) e perdoar. Está aí o único caminho da cura: perdoar e se perdoar.
Maitê, a certa altura fala que aprendeu muito mais dos 40 aos 60 do que dos 15 aos 40. E a razão é muito simples: quando somos jovens, simplesmente vivemos. Se há algo que nos machuca a gente bloqueia ou se defende sem pensar no que estamos fazendo com a gente mesmo. Não analisamos o por quê de nossas reações, tristezas ou alegrias. Muitas vezes "engolimos o choro" e com isso engolimos também a grande oportunidade de crescimento de alma. Nos comportamos orgulhosamente com um ego que só nos atrapalha. Ahhh o EGO.
Eu tive uma semana cheia e hoje estou, realmente, cansada porém, o convite da Orth produções me ganhou pelo título da peça. pensei: acho que preciso ouvir o que Maitê tem a me dizer. Ganhei a semana e mega recomendo!
A peça fica até domingo em cartaz no TAC. Uma baita oportunidade!
Obrigada Maitê por lançar luz à importância de a gente não passar batido pelas coisas que nos acontecem, por piores que sejam ou por melhores que sejam, elas sempre chegam para nos ensinar e nos libertar!
sexta-feira, 22 de julho de 2022
Encontro Marcado com Sá & Guarabyra, Flávio Venturini e 14 Bis!
Acho que já falei aqui em shows que funcionam como uma viagem afetiva, não é? Pois então, esta noite essa viagem foi intensa e cheia de significados.
Prá mim, foi um mergulho à minha essência. Um "setocol" da emoção. Foi lindo, foi intenso e emocionante por tudo que estava ali naquele teatro.
Eu tenho uma ligação emocional com todos aqueles músicos que estavam ali no palco. Sá & Guarabyra e seu Pó da estrada me arrebataram quando era ainda muito jovem, mas já amava tudo que uma estrada poderia significar. 14Bis foi uma das bandas que me fez apaixonar pela música brasileira. Eles junto com Roupa Nova e A Cor do Som, me fizeram descobrir que eu queria ser jornalista. Foram trilha sonora de muitos momentos importantes da minha vida. E seguem no meu coração até hoje como de toda a plateia que se fez presente no Teatro do CIC. E o teatro estava lotado!
Por tudo isso a noite já seria emocionante, mas aí eles resolveram abrir com as duas músicas que mais queria ouvir: Pássaro e Criaturas da Noite. São duas músicas de uma poesia que sempre me faz ficar reflexiva! E a partir daí foi um desfile de sucessos e bons papos. O público estava emocionado e não foi pra menos: olhar para o palco e ver tanta gente grande na arte da música brasileira foi um presente.
Sá & Guarabyra
Aliás, a história de Espanhola foi contada durante o show por Flávio e Guarabyra. Em uma madrugada fria de São Paulo Guarabyra, expulso do bar onde era "habituê", saiu pelas ruas e pensou: não vou conseguir chegar em casa vivo com esse frio. Então, decidiu dar uma paradinha na casa que o Flávio dividia com os outros meninos do grupo "O Terço". A ideia era se aquecer um pouco para continuar a caminhada até sua casa. Chegando lá perguntou ao Flávio se ele tinha feito algo nos ultimos tempos e Flávio toca um tema instrumental que Guarabyra, na hora, se ofereceu para colocar letra. E o fez de uma "tacada" só. Ele lembrou de uma amiga que, na verdade, ele queria que fosse bem mais que uma amiga mas, não rolou. E assim nasceu Espanhola. Depois de escrever, foi pra casa e no dia seguinte Flávio ligou pra Guarabyra, para elogiar a letra e ele nem lembrava que tinha escrito...coisas da nossa música rsrsrs
14 Bis
A Banda foi formada em 1979. Os músicos vieram de bandas e artistas que já estavam no mercado mineiro. Flávio Venturini e Sérgio Magrão estavam na banda "O Terço". Hely Rodrigues e Vermelho tocavam com a Bendegó e Cláudio estava com Lô Borges. A Banda estreou com nada mais, nada menos do que Milton Nascimento como produtor do primeiro disco. Ali já começou uma estrada de sucessos como Natural, Mesmo de Brincadeira, Nave de Prata, Caçador de mim, Canção da América, Uma velha Canção Rock'n'roll, isso só para citar algumas.
Paralelamente ao trabalho com 14 Bis Flávio Venturini já vinha investindo em uma carreira solo e depois de dois discos lançados Flávio saiu da banda que segue sem ele até hoje.
Flávio Venturini
domingo, 19 de junho de 2022
La Traviata da Camerata Florianópolis!
Uma noite de GALA para nossa arte!
La Traviata interpretada pela Camerata Florianópolis, músicos convidados e elenco de bailarinos e cantores foi um espetáculo primoroso. Cenário, iluminação, figurinos emolduraram o talento de cada um que esteve naquele palco. Legendas no alto do telão, deixaram todos sem perder o fio da meada da história!
A ópera fala de uma história de amor entre uma cortesã, Violetta, e um jovem da classe alta, Alfredo. Os dois apaixonados encontram pelo caminho o preconceito que acabou fazendo com que os dois se separassem e só se reencontrassem no fim da vida de Violetta. De Giuseppi Verdi, a opera é pura emoção e os nossos artistas mandaram bem demais.
Eu, particularmente, quando vi que teriam 3 intervalos, achei que seria cansativo. Mas nada. Passou rápido demais e me emocionou muito. prova que quando é bom, o espetáculo te envolve de um jeito que a gente não consegue explicar! Isso é arte!!!! Todos ali no palco foram excelentes, mas deixa aqui eu fazer uma reverência a Carla Domingues: que voz! que interpretação! Assim como Giovanni Tristacci na pele de Alfredo e Douglas Hahn como Giorgio, o pai de Alfredo. Além de serem exímios cantores, são ótimo atores!
Sobre a Camerata, já falei muitas vezes aqui: todo mérito a esses músicos que popularizam o erudito, se jogam em projetos improváveis e sempre o fazem com uma dedicação brilhante. Que bom que temos a Camerata em Florianópolis.
No fim do espetáculo falei ao Maestro que lindo seria ter esse espetáculo ao ar livre, na rua, na frente da catedral, por exemplo. Porque eu não tenho dúvidas que o público iria amar! Nossa arte precisa estar nas ruas, ser acessível. Então, patrocinadores, bora?
Vou deixar aqui uma foto da fica técnica porque TODOS merecem ser citados! Não quero esquecer ninguém!!
Parabéns e que em breve a gente possa ter este espetáculo novamente!
Bastidores:
Eu, Paola e a maravilhosa Iva Giracca
domingo, 5 de junho de 2022
TITÃS 40 ANOS
O show começa com "Sonifera Ilha" e assim que a música termina Sérgio Brito explica: "Hoje nós estamos aqui desfalcados. Branco Mello vocês sabem, não está podendo estar presente aos shows (ele está afastado para cuidar da saúde) e Beto Lee descobriu que está com Covid dias antes da nossa viagem aqui pro sul". Tony Belloto completa: "então esse é o show da superação e vamos contar com vocês." Pronto, a noite estava ganha. Um contrato direto com público que lotou o CIC e estava muito a fim de ver aquele show.
E vou dizer: o público que esteve lá foi um show à parte. Foi lindo de ver o calor humano, as reações, a pegada junto com esses caras que são grandes da nossa música.
Eu fui de coração aberto, sem grandes expectativas e me surpreendi. Foi um baita show!
Repertório muito bem escolhido passando por grandes sucessos e por obras que não ganharam tanta popularidade, mas que são maravilhosas como a ópera "Doze Flores Amarelas".
Um show como este, tem um tempero especial: a memória afetiva. Para quem viveu a efervescência da música nacional nos anos 80, 90 não tem como não ter feito uma viagem ao tempo durante o show.
Titãs explodiu com Sonífera Ilha e depois foi um sucesso atrás do outro. Mesmo com uma receita na mão que estava dando certo, não se acomodaram. Quando poderiam ter repetido a fórmula eles chutaram os móveis da sala e chegaram com "Cabeça Dinossauro"! Que disco minha gente. Lembro até hoje do dia em que sai da loja com a bolacha nas mãos e a ouvi pela primeira vez. Um trabalho inquietante que quanto mais eu ouvia, mais amava. Pra mim um dos melhores da banda pela proposta, letras e ativismo sem cair no lugar comum. Tanto que as músicas estão atuais até hoje, o que nos mostra que o país mudou muito pouco de lá pra cá.
Quando surgiu, em 1982, a banda tinha um número de integrantes incomum: chegou a ter 9, mas na formação mais clássica já eram 8: Arnaldo Antunes, Branco Mello, Sérgio Britto, Nando reis, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Tony Belloto e Charles Gavin. Outros dois nomes chegaram a fazer parte da banda no começo da história: Ciro Pessoa e André Jung.
Com o crescimento da banda e a experiência de estrada e de vida, os integrantes foram se desenvolvendo e os talentos cada vez mais crescendo. Se tornaram, realmente, um grupo de Titãs da nossa música brasileira. Tanto que a banda começou a ficar pequena para tanta ideia, tanta criatividade e aos poucos boa parte dos integrantes foi saindo. Resolveram investirem em suas carreiras solos.
Que bom que Branco, Sergio e Tony não deixaram essa história ficar no passado.
O show deu recados muito importantes: preconceitos, violência contra a mulher e outros temas políticos importantíssimos. Tudo regado ao apoio incondicional de um público ilhéu que ama Titãs.
E não é à toa: Titãs tem uma bela história com a ilha. Pimeiro porque os manezinhos se apossaram de "Sonifera Ilha" como sendo uma música para a Ilha da Magia e também porque foi aqui que a banda gravou um dos DVDs mais lindos: "Titãs "MTV, ao vivo" no Forte São José da Ponta Grossa, em Jurerê, isso em 2005. Na época, tive a oportunidade de acompanhar dos bastidores e foi lindo demais.
Hoje, saí de lá, com o coração aquecido e com a memória em dia. Lembrar tantos sucessos e tantas músicas lindas fez bem pra alma!!! Parabéns meninos: nunca deixem esta história morrer.
Eveline Orth, obrigada pela recepção sempre!!! Linete Martins, obrigada pela atenção, carinho!!! Vocês contribuem muito para o enriquecimento cultural da ilha"
Até o próximo.